AP Entrevista: Diego Hypólito


Publicado em: 1/8/2021

Confira a entrevista completa com Diego Hypólito, um dos All-Stars do AP.

 

O ginasta já participou de três Jogos Olímpicos. Em 2016, venceu a medalha de prata na apresentação solo. Ele também é bi-campeão mundial e já conquistou oito medalhas pan-americanas. 

 

Como é a sensação de participar das Olimpíadas e sair com uma medalha?

Todo atleta de alto rendimento sonha com isso. É o auge de qualquer atleta poder participar. Eu fui a três, tive falhas nas duas primeiras e na terceira, já um pouco mais velho, consegui uma medalha. Isso abrilhantou muito a minha história. Eu vim de uma realidade bastante humilde e consegui vencer na vida pelo esporte. Chegar aos Jogos Olímpicos já era algo muito grandioso. E nestes Jogos de Tóquio também vou participar de certa forma, pois estarei como comentarista da Rede Globo, torcendo pelos ginastas e por todos os outros atletas.

 

Como é a vida depois da aposentadoria como atleta?

É um pouco diferente. Eu achava que a vida seria um pouco mais calma, mas muito pelo contrário! É aí que temos que correr mais atrás porque, por mais que na ginástica o treino seja bastante difícil (eu treinava sete horas diárias e ainda tinha que fazer faculdade), era algo que eu tinha muita facilidade em fazer. É óbvio que comentar sobre a minha modalidade é algo bastante prazeroso, mas é trabalhoso.

 

Como você vê as chances dos ginastas brasileiros em Tóquio?

A gente tem um superfenômeno, que é a Rebeca Andrade. Nós temos muitas chances também com o Arthur Nory, atual campeão do mundo, com a Flávia Saraiva, que é uma finalista olímpica e mundial de trave e foi a quarta melhor do mundo no solo. A gente tem chances com o Arthur Zanetti, que pode conquistar uma terceira medalha olímpica. Será uma final bastante disputada, mas acredito que ele tem boas chances de estar lá. Outros nomes também têm chances de final, como o Caio Souza e o Francisco Barreto, no salto e na barra.

 

Em um dia como o de hoje, em que você interage com gerações mais jovens, o que você tenta passar para os aspirantes à ginástica olímpica?

Eu tento inspirar e mostrar que toda história é possível se a gente se dedicar e tiver força de vontade. O importante é mostrar que o esporte não é ser campeão mundial ou olímpico – é ser campeão para a vida. Se eles se sentirem felizes e brincando, está de bom tamanho.

 

A sua carreira foi marcada por muito preconceito e também por superações. Você se vê como uma inspiração para gerações mais jovens?

Essa geração é uma geração de mudanças. Então, é importante que a gente dê bons exemplos. É importante mostrar que somos todos diversos e parar de ter tantos preconceitos no geral, por raça, etnia, sexualidade, religião, etc. Nós somos diferentes. Ninguém nasceu igual, e isso é bom.