AP Entrevista – Giovane Gávio


Publicado em: 1/3/2021

O Departamento de Esportes está com uma novidade para os aficionados por voleibol do Clube. A partir de março, as aulas para os alunos de 8 a 14 anos seguirão a metodologia da empresa Play Vôlei, que tem como embaixador o bicampeão olímpico Giovane Gávio.

 

Na revista Mais/AP desse mês, o ex-atleta fala da metodologia da empresa e como essa parceria irá beneficiar o AP. Confira abaixo o restante do bate-papo, no qual ele aborda temas sobre sua carreira e atual função como técnico.

 

Atualmente, o multicampeão Giovane Gávio se dedica à função de treinador.

 

 

Após a aposentadoria, você se tornou técnico de voleibol, vencendo o título Sul-Americano Sub-21 e a Superliga. Como é a emoção de ser técnico, em comparação com a do jogador?

 

A emoção de ser jogador é muito mais forte do que a de ser técnico. Como jogador, você está lá, atuando, diretamente encostando na bola. Essa é a diferença. Mas a sensação de que você contribuiu para a vitória é incrível, pois existe o mesmo trabalho, dedicação e empenho. Muitas vezes até mais para o técnico, na verdade – tem que estudar mais, preparar mais, se preocupar com mais pessoas. Então, o desafio é muito grande como treinador, também. Mas, certamente, a alegria do atleta é um pouco maior. Fico muito contente em poder ser treinador.

 

Quais foram seus grandes ídolos no vôlei?

 

A geração do Renan, do Montanaro, do William e do Bernard, sem dúvida, foi a grande inspiração em minha infância e adolescência. Tive a oportunidade de jogar com alguns deles. Quando eu tinha 16 anos, joguei com o Montanaro e depois, quando fui para a Itália, joguei com o Renan.

Minha irmã mais velha, Gisele, que jogou vôlei antes de mim, foi também um grande ídolo e um grande exemplo dentro da minha casa. Isso foi muito inspirador para mim.

 

Você ganhou muitos títulos relevantes. Tem algum que se destaca?

 

Os títulos olímpicos sempre foram muito desejados. Há muita emoção envolvida . Você vencer uma Olimpíada é realmente uma alegria muito forte. O Campeonato Mundial também foi, em função do momento, de ter feito o último ponto, muito emocionante.

 

Você jogou em várias equipes históricas. Alguma delas se destaca?

 

Eu gostei de ter jogado na Itália, em Padova e em Ravena. Em Padova, a gente conquistou uma Copa Chevi, que é uma espécie de 2ª divisão da Champions League, que foi muito bacana. E depois fui para Ravena, onde fomos bicampeões da Champions League. Então, esse time foi muito marcante para mim. Joguei com alguns dos melhores atletas da seleção italiana ao meu lado.

Aqui no Brasil tive a oportunidade de jogar no Suzano e ser campeão brasileiro com eles. Também joguei no Minas. É sempre muito bom competir num grande time. Sem dúvida, foram boas histórias.

 

Como você vê as chances brasileiras de título nos próximos Jogos Olímpicos? É possível para a equipe masculina repetir o ouro de 2016?

 

O Brasil é sempre favorito. Acredito também que, hoje em dia, o mundo inteiro se prepara para os Jogos muito mais do que se preparava anteriormente. Nós temos concorrentes muito mais fortes. São no mínimo cinco ou seis países com condições de ser o campeão olímpico. Então, o desafio é muito maior. Porém, eu acredito que, tanto no masculino quanto no feminino, o Brasil é sempre favorito para uma medalha.

 

Como é jogar em uma Olimpíada? É uma sensação diferente ou você pensava na competição como sendo igual às demais?

 

Realmente, jogar em uma Olimpíada é um sonho. Só de estar lá, competir, participar da cerimônia de abertura e ter a sensação de estar entre os melhores, é uma das mais incríveis que existe. Ir ao refeitório e de repente encontrar grandes ídolos mundiais é muito legal também. Em Barcelona, por exemplo, tivemos a oportunidade de participar da cerimônia de encerramento com a medalha de ouro no peito e os outros atletas vinham tirar foto com a gente, queriam ver a medalha, aquela coisa toda. A convivência na Vila Olímpica é estressante, sem dúvida, porque você está disputando um campeonato importante e tem muita coisa para fazer, mas, ao mesmo tempo, são duas semanas em que você realmente se sente um deus olímpico. Essa sensação é maravilhosa.