AP Entrevista: Victor Real e Gabiru


Publicado em: 1/8/2021

Confira as entrevistas completas com Victor Real e Gabiru, All-Stars do AP61.

 

Gabiru: O sócio começou sua trajetória nas quadras do AP e atualmente joga o circuito nacional da modalidade. 

Victor Real: Um dos principais jogadores de futevôlei do mundo, Victor é quatro vezes campeão carioca, esteve em primeiro lugar no ranking de duplas em 2018 e já conquistou um título mundial. 

 

Victor Real

 

O futevôlei é uma das modalidades que mais cresce no Brasil. O que falta para ela conquistar o mundo?

O futevôlei é o esporte que mais cresce no Brasil. E nós, como os principais jogadores do circuito, ficamos muito felizes com isso. O nosso sonho é que o esporte se torne uma modalidade olímpica. A atividade está no caminho certo, com grandes eventos no Brasil e no mundo. Grandes jogadores estão surgindo, o que também eleva o nível do nosso esporte.

 

Para você, qual foi o grande momento da sua carreira por enquanto?

Em 2018, quando estava com o meu parceiro Tavinho e ganhamos todas as semifinais dos campeonatos que disputamos. O auge foi esse, mas a minha carreira está longe de terminar. Estou em busca de novas conquistas, com o Tavinho novamente.

 

Você também teve uma parceria de sucesso com o Gabiru. O que tem a dizer sobre o talento do sócio do AP?

Tive sim, mas infelizmente ele está lesionado no momento, então fui em busca de outro parceiro. Estou torcendo para esse monstro que é o Gabiru voltar o mais rápido possível.

Ele não é nem um parceiro, é um irmão. A gente consegue ser muito transparente um com o outro, o que é muito difícil no esporte. O Gabiru é meu parceiro de vida e de competições e estamos juntos sempre, na vitória e na derrota. Ele é um grande atleta que ainda vai voar muito nas areias.

 

Qual a sua próxima meta no esporte?

Ganhar, ganhar e ganhar.

 

Gabiru

Como foi o processo de profissionalização desde as quadras do AP até o circuito nacional?

Foi um processo muito longo e de muita persistência e perseverança. Eu sempre digo que não vim do talento, mas sim de muito treino e dedicação. Então, a mensagem que eu deixo é: para quem tem um objetivo a atingir, é só se dedicar. Ainda tenho muitas metas nesse esporte e sigo trabalhando devagarzinho, aos poucos, e sei que no tempo de Deus vou cumpri-las.

 

Quais são essas metas?

Não são muito diferentes daquelas dos outros atletas no circuito. Estou afastado do circuito nacional há um ano por causa de uma grave lesão nas costas, mas já me recuperei. Estou com alguns problemas musculares e me preparando para voltar daqui a alguns meses. Então, como todos os atletas, busco o título do campeonato nacional e o Mundial, na Itália. Sei que nada vem fácil e sigo trabalhando e buscando ser todos os dias melhor do que fui ontem.

 

Como foi lidar com a lesão nas costas?

Comecei a jogar muito novo, com doze anos. A bola é muito pesada e eu era muito pequeno, então isso me sobrecarregava. Eu não fazia o movimento correto porque não tinha a força adequada. Então, ao longo do tempo, depois de dez anos no esporte, tive que me submeter a uma cirurgia nas costas. Fiquei um ano parado, foi um processo meio doloroso, mas passei por cima dele e agora são apenas alguns ajustes para retornar ao circuito, voltar a jogar com o Victor e alcançar nossas metas, que são sempre o lugar mais alto do pódio.

 

Como é jogar ao lado do Victor Real?

Entrei no circuito há quatro anos. Desde então, o Victor, que tem mais experiência que eu, me acolheu. Na medida em que fui evoluindo, a gente começou a jogar juntos. Jogamos um campeonato brasileiro e ficamos na quinta colocação, também disputamos um campeonato baiano e conquistamos o terceiro lugar, perdendo para a dupla que é a atual melhor do Brasil, e aí veio a lesão nas minhas costas. Mas o projeto é voltarmos a jogar juntos. Hoje, o Victor está competindo com outros parceiros enquanto eu me recupero, mas ele é um irmão para mim. Hoje, a nossa parceria é realmente o de menos. Eu considero mais a nossa amizade.

 

Você tem alguma dificuldade treinando aqui em São Paulo, diferente do Rio de Janeiro, por exemplo?

Há um tempo era mais difícil porque a popularização do futevôlei era menor. Mas hoje, só na cidade de São Paulo, tem mais de cinquenta arenas do esporte. E eu tenho minha equipe, meu preparador físico, minha fisioterapeuta, todos aqui. Hoje, São Paulo já se adaptou ao esporte. A única dificuldade mesmo é a questão do vento. Em alguns eventos na praia, venta muito e a gente que não treina com essas condições acaba pecando nisso. Mas na medida em que a gente vai competindo, acaba se adaptando.

 

O futevôlei é um dos esportes que mais cresce no Brasil. A que você atribui isso?

É um esporte muito bacana por conta do contato com a areia, principalmente para a galera que mora aqui na terra de pedra, São Paulo. Ter esse contato com a areia e quebrar a rotina desse jeito é muito legal. Apesar de ser difícil, é um esporte que, na medida em que você vai tomando gosto, acaba se tornando muito prazeroso. Todas as modalidades na areia vêm crescendo muito no cenário brasileiro. É muito bacana ver esse crescimento de cinco anos para cá. Eu quero sempre ver o futevôlei no topo, independentemente de eu estar lá ou não.

 

Além do futevôlei, o que você mais gosta de fazer no AP?

Eu sempre fui sócio daqui, desde que nasci. Antes de eu me voltar somente para o futevôlei, andava de skate, jogava tênis e futebol, praticava jiu-jitsu, enfim, fazia de tudo um pouco. Sempre fui muito voltado para o esporte. Chegou um momento em que eu tive que me especializar apenas no futevôlei, mas o Clube sempre foi uma peça muito importante da minha vida. É um ambiente muito saudável, com pessoas do bem, e quero levar isso também para os meus filhos.