Final do Panelas 2021


Publicado em: 22/12/2021

FINAL SÉRIE OURO

A vinte segundos do apito final, a torcida explodiu na arquibancada do Clube. Já exausto, o time do Safra encontrou um improvável gol de escanteio, levando para a prorrogação a final que parecia estar nas mãos do Vulcaniters.

Quatro de dezembro. Casa cheia, cerveja no copo, pagode ao fundo e muito futebol. Tudo estava perfeito para o encerramento do mais querido torneio do Clube. Em campo, dois times amigos, irmãos em lados opostos do gramado. Alguns anos atrás, o Safra mandaria no confronto, mas a campanha deste ano já deixara claro: os campeões de 2019 iam ter que correr atrás da molecada. Naquela tarde abafada de sábado sem sol, brilhou a dupla de atacantes do Vulcaniters Pio e Tomu, donos da partida e dos respectivos troféus de Melhor Jogador e Artilheiro.

A partida já começou fervendo e, com um minuto de jogo, o goleiro do Safra já trabalhava. O roteiro do jogo se definiu nos primeiros momentos: seria muita velocidade e domínio por parte dos Vulcaniters, com marcação e contra-ataque pelo lado do Safra. Mesmo com a casa fechada, aos sete minutos de jogo, o artilheiro Tomu apareceu para completar um cruzamento rasteiro e abrir o placar, 1 a 0. Quatro minutos depois, o xerife do Safra, Pedro Alves, acertou um verdadeiro pombo sem asas na bochecha do gol. Golaço! 1 a 1.

Logo em seguida, em uma jogada muito parecida com a do primeiro tento, Tomu marcou mais um, 2 a 1 Vulcaniters. Jogo vai, jogo vem, e num escanteio apareceu pela primeira vez o grande destaque do Safra na final: Zuza, que completou de cabeça no primeiro pau, empatando o jogo em 2 a 2. Aos vinte e dois minutos, em um bate-cabeça entre a zaga e o goleiro do Safra, a bola sobrou limpa para Tomu, pela terceira vez, apenas empurrar a pelota para as redes: 3 a 2 para o Vulcaniters e fim do primeiro tempo.

A segunda metade da partida começou mais morna. O Vulcaniters seguia na frente do placar, confortável com o resultado, e o Safra, que dispunha de um banco de reservas pouco farto, jogava de maneira mais estratégica, sem desgastar muito os atletas. Decorridos mais ou menos dez minutos, Zuza marcou seu segundo gol, novamente de cabeça e de novo num escanteio, recolocando o Safra na disputa, 3 a 3. Pouco depois, numa saída rápida, o time alvinegro explorou os buracos no campo defensivo do Safra e Mat Piovesan ─ Revelação do campeonato ─ recebeu uma bola açucarada dentro da pequena área: ele encheu o pé para arrematar para dentro do gol, mas pegou na “orelha” da bola, que, por ironia do destino, ─ ou pela tal “sorte de campeão” ─ , encobriu o goleiro Fred e caiu novamente em seu pé; então, sem desperdiçar a segunda chance, cutucou para a rede e marcou 4 a 3 para o Vulcaniters. Na metade do segundo tempo, o jogo seguia muito parelho e longe de refletir as opiniões prévias sobre o favoritismo do Vulcaniters. O Safra nunca esteve na frente no placar, mas não deu tranquilidade ao adversário em nenhum momento: valendo-se da experiência, foi encontrando cirurgicamente os gols de empate. O quarto deles veio, mais uma vez, dos pés do iluminado Zuza. Num bizarro “deixa-que-eu-deixo”, a defesa do Vulcaniters se confundiu e liberou uma avenida para o atacante do Safra, que, com muito carinho, se antecipou e encobriu o goleiro Lô, seu irmão mais novo, deixando tudo igual, em 4 a 4. Por alguns minutos, o Safra pôde respirar novamente, mas, num vacilo, cedeu um contra-ataque mortal, no qual Pio recebeu uma linda bola dentro da área e acabou sofrendo um pênalti. O canhoto Binha se encarregou da cobrança e bateu cruzado para colocar o Vulcaniters mais uma vez na frente do placar aos vinte minutos do segundo tempo. A partir daí, o Safra se atirou ao ataque, criando chances e cedendo-as, perdendo ainda por um gol de diferença e buscando loucamente o empate. Já não havia mais espaço para táticas e estratégias, apenas muita vontade. E como o Panelas é um campeonato maravilhoso e que adora finais emocionantes, presenteou o Safra com um gol faltando apenas quarenta segundos para acabar o jogo. O escolhido foi Theo, veterano do Panelas, que recebeu o cruzamento de lateral e empatou o jogo em 5 a 5, levando  a partida para uma improvável prorrogação. O Safra agora estava confiante, e o Vulcaniters suava frio.

Se cinquenta minutos não foram suficientes para ilustrar uma final épica como essa, bastariam mais dez de prorrogação para definir o grande campeão.

Após uma reversão polêmica marcada pela arbitragem, saiu o sexto gol do Vulcaniters, dos pés de Pio. Não restou muita coisa para o Safra, já exausto, senão lamentar e reclamar do erro do juiz. As reclamações, um tanto enérgicas, levaram a três expulsões. O time até tentou criar alguma coisa, mas com um jogador a menos em campo ficou complicado. O Vulcaniters ainda desperdiçou um shoot-out, mantendo o placar final em 6 a 5 até o apito derradeiro. Foi o suficiente para os garotos se sagrarem campeões da série Ouro do Panelas 2021.

Excelente jogo. Digno de final. Digno de Panelas. Parabéns ao Vulcaniters pelo primeiro título, e ao Safra pela entrega até o último instante.

* A gravação da final está disponível no YouTube, no canal do Team Videos Sports

 

FINAL SÉRIE PRATA

 

Entre os times que ficaram de fora da série Ouro, Ruca e Capote protagonizaram a final. O Ruca derrotou o Marombas nas semifinais para garantir sua vaga na final, enquanto o Capote teve um caminho mais tranquilo, acessando diretamente para a final por ter se classificado em quinto lugar.

O jogo prometia: apesar de as equipes não terem brilhado muito na fase de grupos, ambas contavam com jogadores experientes, renomados e bons de bola. E, como dizem por aí, final é final.

O embate começou bem disputado, não havia bola perdida. Durante os primeiros quinze minutos, ninguém tirou o zero do marcador. O Ruca finalmente abriu o placar com Jotinha, seu principal goleador. Após o gol, o time do Ruca cresceu e passou a tocar muito bem a bola, dominando o jogo. O Capote chegou a empatar, com gol de Lucas, mas logo depois Sucena emendou um chute da intermediária, que contou com um leve desvio na zaga e foi morrer nas redes, marcando 2 a 1 para o Ruca e decretando o fim do primeiro tempo.

O Capote, que terminou mal a primeira metade, voltou com tudo para a segunda etapa. Aos dez minutos, num rebote, a bola procurou a cabeça de Fabiano, que guardou, fazendo 2 a 2. A essa altura, não se podia eleger uma equipe melhor do que a outra, e o jogo seguia com várias chances ─ e muitas faltas ─ para os dois lados. Em uma jogada de falta bem trabalhada, Teixeira marcou o terceiro do Capote, virando o jogo para 3 a 2. Aos vinte e tantos do segundo tempo, com os dois times estourados em infrações, cada lado teve direito a um shoot-out após sofrer a sexta falta. Lucas desperdiçou a chance de matar o jogo para o Capote, e Jotinha converteu o seu com muita categoria, empatando o jogo em 3 a 3 e levando a decisão para os dez minutos adicionais de prorrogação.

No tempo extra, já com ambas as equipes visivelmente cansadas, Alves colocou o Capote mais uma vez na frente. Pardal ainda conseguiu empatar o jogo, em uma bela finalização, fazendo 4 a 4. O Ruca atacava bem, mas cedeu espaços, e Teixeira e Álvaro marcaram um em seguida do outro, fazendo 6 a 4 para o Capote e praticamente selando o resultado. De fato, o jogo se encerrou para o valente Ruca após um pênalti perdido por Jotinha e mais um gol de Alves, que pôs um ponto-final na partida. Capote 7, Ruca 4.

 

 

Texto: Enrico Ballarati

* A gravação da final está disponível no YouTube, no canal do Team Videos Sports.